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O país enfrenta um desafio novo e complexo: proceder, no próximo dia 24 de Janeiro, à eleição do Presidente da República, em estado de emergência, declarado com fundamento na verificação de uma situação de calamidade pública, e no meio de um confinamento geral, como forma de responder ao aumento do número de novos casos de contágio da doença COVID-19.
Num país onde os índices de abstenção, em idênticas eleições anteriores, ultrapassaram os 50% (51,34% em 2016 e 53,48 em 2011), a realização das eleições, do próximo dia 24, será um teste à qualidade da democracia portuguesa e ao grau de consolidação da cidadania.
Os Maçons devem participar na vida pública, nomeadamente nos actos eleitorais.
Se, em condições normais, a abstenção nas eleições presidenciais foi sempre elevada, é importante que, no acto eleitoral que se avizinha, atendendo aos enormes condicionalismos existentes, o Estado crie todas as condições para que o maior número de pessoas possa participar. Emigrantes, pessoas em lares, confinados, em mobilidade ou no exercício de atividade profissional de qualquer natureza, a todos deve ser facultado acesso a sistemas e formas que agilizem o exercício do direito de voto, incentivando a participação e combatendo o abstencionismo. Competirá aos decisores políticos trabalhar no sentido de que, no futuro, votar seja cada vez mais fácil, acessível e amigável.
Numa época em que as ideologias se tornaram fluidas, os movimentos inorgânicos ganham expressão e crescem os movimentos radicais que ameaçam o nosso modelo civilizacional, só uma cidadania forte e eleitores críticos e esclarecidos serão capazes de defender os valores democráticos, recusando populismos e movimentos pseudonacionalistas, germinados no pântano do ódio e da ignorância, que promovem a intolerância, como o que gerou a invasão do Capitólio, símbolo da maior democracia mundial, que só podemos condenar.
Mais uma vez, o Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano – Maçonaria Portuguesa, enquanto representante máximo da mais antiga Obediência Maçónica Portuguesa, defensora intransigente dos valores da Liberdade, da Dignidade Humana e da Democracia, apela à participação dos portugueses nas próximas eleições para a Presidência da República e à recusa, através do voto, de projetos contrários aos valores democráticos.
Lisboa, 15 de janeiro de 2021
Fernando Lima
Meus Queridos Irmãos,
A crise pandémica global que atingiu tudo e todos de forma abrupta é um acontecimento que marca uma época, que define um antes e um depois, e que veio mudar já a forma como melhor descobrimos e vemos o sec. XXI.
É uma crise de medo e asfixia, diferente de outras crises que enfrentámos, e que amplificou numerosos debates sobre questões estruturais, seja sobre a política e a geopolítica, a economia, a ecologia e a sustentabilidade ambiental, a organização social, as relações entre as pessoas.
A conjuntura é regressiva, os antagonismos reforçaram-se, o humanismo afasta-se da compreensão da complexidade dos problemas humanos, e antevê-se um novo paradigma civilizacional cada vez mais provável, com manchas negras da tirania do individuo, nos desafectos, na solidão, no facto inédito da cisão entre os homens e as comunidades partilhadas. A esperança de um despertar mais solidário é ténua.
Os Maçons estão, como todos, imersos nesta gigantesca crise planetária. As questões que se põem à Maçonaria, aos Maçons, ao Grande Oriente Lusitano, têm a ver com a compreensão da época e à valia, para nós sempre actual, dos seus princípios e valores, à sua aplicação cívica por cada qual na sociedade e nos sistemas humanos e sociais onde interagem. Comprometidos num permanente combate militante humanista, por uma sociedade futura sempre mais justa, mais fraterna, mais livre, mais solidária, na defesa da diversidade e respeito pelo outro para encontrar caminhos comuns.
Mas compromisso primeiro entre nós de não deixarmos que o isolamento de uns e outros leve à perda de confiança na nossa forma de estar, no nosso modo de ser, no compromisso de vivermos e estarmos presentes no outro, de vivermos com ele, e com todos.
A nossa cultura começa a sentir a falta de uma representação social positiva da fraternidade. Dir-se-á que o facto de termos estado impossibilitados de reunir regular e presencialmente, sem a pratica habitual dos nossos métodos de pensar, dos nossos ritos e rituais, dificulta vivermos esta época e corresponder aos seus desafios.
Mas o maçon retira a sua legitimidade de o ser de si próprio, por possui em si a faculdade de compreender, de aprender, pensar, interrogar, criticar. Sabe , como nos dizia Pessoa no seu Cântico Fraterno que o que é grande no homem é ser ponte (de sonho) e não ser apenas fim.
A cerimónia publica de inauguração do memorial a Teotónio de Ornelas, realizou-se no passado dia 31 de outubro, com a presença do Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano, Fernando Lima.
O memorial assinala a passagem do 150º aniversário do seu falecimento, ocorrido a 25 de outubro de 1870. É uma iniciativa do Grémio Atlântico, cujo presidente, agradeceu ao Presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo também presente na ocasião, a abertura do Município à iniciativa, que aceitou e suportou.
A peça escultórica é da autoria de Dimas Simas Lopes que contou com a a colaboração de Emanuel Félix Filho, que acompanhou o projeto e para ele contribuiu com o desenho da reconstituição, daquilo que foi o Palácio de Santa Luzia, residência citadina de Teotónio de Ornelas, representada no local por um painel de azulejos.
O monumento fica localizado em Santa Luzia, na cidade de Angra do Heroísmo, junto ao Observatório Meteorológico José Agostinho.
O Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano – Maçonaria Portuguesa, casa da liberdade e da defesa dos direitos humanos, condena, pública e veementemente, os atentados terroristas que nos últimos dias ocorreram em França.
Já no passado dia 16 de Outubro o Grande Oriente Lusitano se juntou àqueles que, no seio da AME – Aliança Maçónica Europeia e do CLIPSAS, repudiaram o ato bárbaro de decapitação de um professor nas ruas de Conflas-Sainte Honerine que pagou com a sua vida a defesa da liberdade de expressão.
A reiteração da violência com base na intolerância religiosa reclama uma condenação clara. Esses atos constituem um atentado contra os valores que os maçons, bem como todos os democratas, sempre defenderam: a liberdade, a igualdade, a fraternidade, a liberdade de pensamento, de expressão e de consciência, a laicidade, o respeito pela diferença e a tolerância; valores também centrais no âmbito de uma educação para a cidadania, em que todos nos devemos empenhar.
Num momento em que, por motivos sanitários e de saúde pública, temos estado mais centrados nessas preocupações essenciais, temos a responsabilidade de não confundir confinamento com alheamento e intervir, de forma ainda mais empenhada, publicamente e na sociedade, na defesa dos valores democráticos.
O Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano – Maçonaria Portuguesa expressa a sua solidariedade para com o povo francês, deixando claro que os ataques que tem sofrido são também um ataque a todos os democratas e também aos Maçons, que sendo, também, depositários dos valores humanistas, têm de permanecer firmes, corajosos e activos na sua defesa.
Meus Queridos Irmãos,
O Grande Oriente Lusitano, casa da liberdade, da indignação contra as desigualdades e ausência de solidariedades e da cultura dos direitos humanos, saúda todos neste dia 5 de outubro, dia da república e da evocação dos seus valores. Valores republicanos antes do mais associados à noção da prevalência do interesse publico sobre interesses particulares, no âmbito de uma ética social.
Também à ideia de soberania do povo, ao princípio electivo e da representatividade, à igualdade como instrumento da justiça social, à fraternidade como veículo para universalidade, à laicidade como pilar da liberdade de consciência, à cidadania como expressão prática destes valores, geradora para todos das mesmas oportunidades e capacidades.
E, também, de uma ética individual de comportamento honrado e anti-ostentatório de quem coloca o bem colectivo acima de privilégios ofensivos, e procura zelar pelo bom uso dos recursos públicos. Os valores republicanos são os garantes dos direitos de todos, sem pôr de parte os deveres.
Não é preciso dizer muito para contrastar o estado actual do mundo e do país, onde os sinais de alerta são cada vez mais evidentes, e que esta pandemia veio amplificar exacerbando medos, fomentando angústias, facilitando as notícias falsas e a desinformação, simplificando perigosamente as mensagens, numa trajetória populista preocupante que, a prazo, justificará uma deriva messiânica que, como Maçons, teremos de combater com todas as nossas forças. O obscurantismo e as regressões civilizacionais estão à vista de todos.
As condições básicas da cidadania, da liberdade, igualdade e da fraternidade, da razão iluminista, estão a ser violentamente questionadas em muitos lados. Os Maçons são depositários dos valores republicanos, corajosos e resistentes à tentativa de os eliminar.
Para dar sentido ao presente, é preciso reler sempre o passado, para nos projectarmos no futuro, com determinação e progresso esclarecido. Por isso, hoje, e sempre, os Maçons gritam bem alto, VIVA A REPÚBLICA.
Saúde e fraternidade
Fernando Lima
A 4ª Conferência do GOL, realizada no âmbito do seu 16º Congresso, teve lugar no passado dia 5 de Outubro, com o tema "A Dignidade Humana versus a Educação como Pilar da Cidadania" e a presença de Marçal Grilo, como orador convidado.
Doutorado em Engª Mecânica pelo IST em 1973, Marçal Grilo foi, entre outros cargos, Presidente do Conselho Nacional de Educação e ministro da Educação do XIII Governo e Administrador Executivo da Fundação Calouste Gulbenkian (2000-2015). Atualmente preside ao Conselho da Universidade de Aveiro e é membro do Conselho de Curadores da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Marçal Grilo considera que tudo o que se relaciona com a Educação contém em si mesmo, um acto de Dignidade. A aprendizagem de conhecimentos, atitudes, comportamentos e valores, visa preparar os jovens cidadãos para se realizarem como seres humanos. Num Mundo em que as mudanças são cada vez muito rápidas, o Futuro já não é só incerto, mas é também imprevisível. Marçal Grilho convida-nos a pensar nos novos desafios, dúvidas e certezas da cidadania. Assista aqui à 4ª sessão das Conferências.
O GOL celebrou, mais uma vez, o dia 5 de Outubro com uma romagem à estátua de António José de Almeida, onde foi depositada uma coroa de flores.
Ao comemorar este ano o 110º aniversário da Implantação da República, a cerimónia terminou com vários Vivas à República, seguido do Hino Nacional, cantado pelo público presente, que cumpriu todas as regras de distanciamento social em vigor, incluindo o uso de máscara.